sábado, 3 de outubro de 2009

O Mercantilismo (Séc. XV – XVIII)
Apesar de na Idade Média ter surgido inovações no comércio, como por exemplo, o combate à usura, os salários justos, o "justo preço", será no Mercantilismo que brotarão os primeiros princípios econômicos.
O mercantilismo é marcado por um processo de expansão dos mercados consumidores e produtores de matéria-prima, pela revolução comercial, pela centralização do comércio como atividade econômica e pelo protecionismo e intervencionismo estatal na economia.
Diferentemente do período escolástico, as práticas comerciais tinham por objetivo o enriquecimento, ou seja, o lucro, a qualquer custo. Diminuição das importações e aumento das exportações, exploração de novas terras, acúmulo de metais preciosos foram requisitos importantes para o desenvolvimento das nações. As restrições impostas pela igreja na Idade Média foram ignoradas, e os comerciantes obtiveram apoio da comunidade e do Estado para comercializar e lucrar.
O início da era mercantilista foi marcado por diversas transformações intelectuais, religiosas, comportamentais, políticas, geográficas e econômicas. As transformações religiosas foram marcadas por exaltar o individualismo e a atividade econômica, as de comportamento pela busca do bem-estar, as políticas pelo surgimento do Estado Moderno, as geográficas pela ampliação do campo de atuação dos Estados buscando a exploração de novas terras e a navegação para comercializar, as econômicas pela mudança do eixo econômico mundial e a criação da moeda baseada no ouro e na prata.
Considera-se que o mercantilismo foi um período que possibilitou a transição de uma economia regional para uma economia nacional. O comércio não mais se limitava às feiras e às transações internas, mas voltava-se para o exterior, buscando o acúmulo de capitais em função da prosperidade do Estado, mesmo que para isso fosse necessário a exploração de outras terras.
Muitas críticas foram focalizadas ao sistema mercantilista. Como principais pode-se citar o apego demasiado ao lucro, pois o país buscava intermitentemente a riqueza mesmo que o outro país tivesse prejuízo, segundo Montaigne "o lucro de um país é o prejuízo de outro"; a produção existia em função do desenvolvimento do Estado e não do bem-estar dos indivíduos; a exploração ao máximo da colônia e o impedimento de qualquer desenvolvimento econômico desta, evitando, assim, uma possível concorrência.
Apesar de não ser bastante significativa a contribuição do mercantilismo à ciência econômica, foi difundida algumas idéias importantes, de modo isolado, que acabaram influenciando uma nova fase da evolução do pensamento econômico, a fase científica da economia.

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