sábado, 26 de setembro de 2009

O mercantilismo foi a fórmula mais rápida e eficaz encontrada para superar a crise na Idade Média. Enquanto no plano político a fórmula encontrada foi o absolutismo, no econômico gerou o Mercantilismo, portanto esse pode ser definido como “uma política de intervenção econômica praticada pelo estado moderno”, foi o instrumento de superação das crises e de engrandecimento nacional, podemos dizer que sem o Estado Moderno não há mercantilismo, e sem mercantilismo não há Estado Moderno.

É sempre importante lembrar que o mercantilismo não é um sistema econômico, e sim uma doutrina, um conjunto de práticas, de idéias aplicadas sobre o sistema econômico, então conhecido por capitalismo comercial. Sua característica fundamental é o metalismo, que corresponde à idéia de que “quanto mais metal precioso existir dentro do território nacional, mais rico será o país”.

É o metalismo que completa as demais características mercantilistas. Em busca do acúmulo dos metais preciosos, os Estados nacionais tomariam medidas como o princípio da balança comercial favorável, ou seja, ter um índice de exportação sempre maior que o de importação. Esse princípio atrai um outro, o do protecionismo alfandegário, que tenta promover a indústria e o comércio nacionais, evitando a concorrência de similares externos. É claro que tais medidas demonstraram claramente o intervencionismo estatal na economia, outra característica das idéias mercantilistas. O industrialismo e o colonialismo completam o quadro mercantilista.

O mercantilismo variou de país para país, na Espanha, senhora de colônias produtoras de metais preciosos, surgiu o mercantilismo metalista. A França, ajustando-se para fornecer manufaturas de luxo à Espanha, desenvolveu o mercantilismo industrial. Na Inglaterra desenvolveu-se o mercantilismo comercial. A Holanda criou um eficiente mercantilismo comercial e industrial. Portugal foi o país que mostrou maior flexibilidade na pratica do mercantilismo, começou com o mercantilismo comercial, comprando e revendendo especiarias do Oriente, passou para o mercantilismo de plantagem, baseado na produção destinada ao mercado internacional. Com a descoberta de ouro nas Minas Gerais, aderiu ao mercantilismo metalista, e com a crise do ouro, voltou para o mercantilismo industrial.

O mercantilismo assumiu formas diferentes nos diversos países europeus. Mas, de modo geral, seu objetivo direto foi o fortalecimento do Estado, e indireto, o enriquecimento da burguesia mercantil. Essas novas idéias e práticas deram um impulso até então desconhecido ao crescimento econômico e tornaram possível a expansão do capitalismo. Por isso, este momento é também conhecido como “acumulação primitiva de capital”.

quarta-feira, 23 de setembro de 2009

sábado, 19 de setembro de 2009

Mercantilismo nos séculos XVI-XVIII

Na França, principalmente no século XVII, o governo tentou diminuir as importações e aumentar o valor das exportações, por estimular as manufaturas, em especial àquelas voltadas para a produção de artigos de luxo e para esse objetivo, tendo a criação de diversas companhias de comércio. Seu maior defensor – o ministro de Luis XIV, Colbert, por isso na França o mercantilismo foi chamado de colbertismo,e também de industrialismo, visto que essa política econômica dava prioridade as industrias. Além de ter incentivos para a construção naval, com tudo isso a França conseguiu conquistar o mercado externo.

Na Inglaterra, o governo favoreceu o desenvolvimento naval para a exportação para a exploração do comércio externo. Também incentivou a produção manufatureira e protegendo-a da concorrência através de uma forte política alfandegária. houve várias medidas de proteção ao comércio marítimo. Um exemplo: foi a criação de leis contra o transporte de produtos da metrópole e das colônias inglesas por navios estrangeiros. Esta lei evitava gastos com fretes para navios estrangeiros e impedia a evasão de moedas para o exterior, deixando o lucro do comércio no país.

Estes foram os atos de navegação, que serviram para o desenvolvimento comercial inglês.

No século XVI Portugal e Espanha tomaram a liderança nas mudanças econômicas na Europa. Também tomaram a frente na expansão ultramarina, logo acabaram sendo os primeiros a se beneficiar das riquezas das terras descobertas.

A Espanha foi a mais beneficiada, pois teve suas colônias de exploração eram metais preciosos.

Pacto colonial: sistema que consistia na passagem obrigatória pela metrópole dos produtos que entravam ou saíam da colônia. Todos os produtos manufaturados da metrópole deviam produzir de acordo com as exigências do mercado , para garantir lucros à coroa e a burguesia.

A Espanha logo enriqueceu, por causa do acúmulo de metais preciosos. Mas o excesso desses metais gerou à longo prazo, problemas para a economia espanhola.

Porque isso fez com que diminuísse as atividades agrícolas fazendo a Espanha depender das importações. Esse problema espalhou-se por outros países europeus.

Esta crise favoreceu os países produtores ( França, Holanda e Inglaterra), pois estes países se voltaram para o comércio e para a produção como meio de entesouramento.

A RELAÇÃO : ECONOMIA E POLÍTICA NO MERCANTILISMO

O comércio permitiu ao governo manter e sustentar novas necessidades. Como: os exércitos a serviço do rei. Visto que o exército era importante para a defesa do estado nacional, a extensão política do mercantilismo econômico.

Essa relação- rei e burguesia- tinha suas vantagens. O rei controlava o recolhimento de impostos , que tinha uma parte reservada para o exército. A burguesia recebia a proteção militar e política para continuar com projetos econômicos.
Mercantilismo

Mercantilismo é o conjunto de práticas e idéias econômicas desenvolvidas na Europa entre o séc. XV e XVIII. O nome mercantilismo foi criado pelo economista Adam Smith em 1776. O mercantilismo tinha por objetivo fortalecer o Estado e enriquecer a burguesia, para isso, era preciso ampliar a economia para dar mais lucro afim de que a população pudesse pagar mais impostos. Consideravam que a exportação (na linguagem de hoje) é que traria riquezas e vantagens e assim começou uma competição comercial. Ocorreu então o metalismo, que era o acumulo de moedas dentro do país e isso era considerado um sinal de que o objetivo havia sido alcançado. O único recurso encontrado então foi aplicar uma balança comercial favorável para manter o equilíbrio monetário que para eles era exportar mais e importar menos.
O Estado teve que tomar medidas para desenvolver o monopólio já que este era aplicado com dificuldade. O Estado percebeu que o acumulo de riquezas se dava mais por operações mercantis e então condicionou todas as necessidades do comércio exterior.
Havia vários tipos de mercantilismo onde podemos destacar os principais:
• Metalismo - também chamado de bulionismo, que quantificava a riqueza de acordo com a quantidade de metais preciosos possuídos.
• Colbertismo – também chamado de mercantilismo industrial, que visava abastecer o mercado brasileiro e diminuir as importações de outros países europeus.
• Mercantilismo Comercial e Marítimo – baseava-se na teoria de comprar barato e vender caro.
Podemos citar como principais características do sistema econômico mercantilista :
Metalismo : o ouro e a prata eram metais que deixavam uma nação muito rica e poderosa, portanto os governantes faziam de tudo para acumular estes metais. Além do comércio externo, que trazia moedas para a economia interna do país, a exploração de territórios conquistados era incentivada neste período. Foi dentro deste contexto histórico, que a Espanha explorou toneladas de ouro das sociedades indígenas da América como, por exemplo, os maias, incas e astecas.

Industrialização : o governo estimulava o desenvolvimento de indústrias em seus territórios. Como o produto industrializado era mais caro do que matérias-primas ou gêneros agrícolas, exportar manufaturados era certeza de bons lucros.

Protecionismo Alfandegário : os reis criavam impostos e taxas para evitar ao máximo a entrada de produtos vindos do exterior. Era uma forma de estimular a indústria nacional e também evitar a saída de moedas para outros países.

Pacto Colonial : as colônias européias deveriam fazer comércio apenas com suas metrópoles. Era uma garantia de vender caro e comprar barato, obtendo ainda produtos não encontrados na Europa. Dentro deste contexto histórico ocorreu o ciclo econômico do açúcar no Brasil Colonial.

Balança Comercial Favorável: o esforço era para exportar mais do que importar, desta forma entraria mais moedas do que sairia, deixando o país em boa situação financeira.


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sábado, 12 de setembro de 2009

Idéias mercantilistas sobreviventes

Alexander Hamilton preside os bilhetes de 10 dólares USAPode afirmar-se que as críticas de Adam Smith ao mercantilismo foram aceitas no Império Britânico, mas recusadas nos Estados Unidos por figuras tão importantes quanto Alexander Hamilton, Friedrich List, Henry Clay, Henry C. Carey e Abraham Lincoln. No século XX, a maioria de economistas de ambos os lados do Atlântico chegaram a aceitar que em algumas áreas as teorias mercantilistas eram corretas. O mais importante foi o economista John Maynard Keynes, que explicitamente apoiou algumas das suas teorias.

Adam Smith recusara a ênfase que até então os mercantilistas puseram na quantidade de dinheiro argumentando que os bens, a população e as instituições eram as causas reais de prosperidade. Keynes argumentou que a quantidade de dinheiro em circulação, a balança comercial e os tipos de interesse tinham uma grande importância na economia. Este ponto de vista foi logo a base do monetarismo, cujos defensores atualmente recusam muitas das teorias econômicas keynesianas, mas que se desenvolveu e é atualmente uma das escolas econômicas mais importantes. Keynes também fez notar que o enfoque nos metais preciosos também era razoável na época na que se deu (começos da era moderna). Numa época anterior ao papel moeda, um acréscimo dos metais preciosos e das reservas do estado era a única forma de incrementar a quantidade de dinheiro em circulação.

Adam Smith, por outro lado, também recusou a ênfase do mercantilismo para a produção, argumentando que a única forma de fazer crescer à economia era através do consumo (que, pela sua vez, impulsionava a produção de bens). Keynes, porém, defendeu que a produção era tão importante quanto o consumo.


John Maynard KeynesKeynes e outros economistas do período também retomaram a importância que tinha a balança de pagamentos, e visto que desde a década dos anos 1930 todas as nações controlaram as entradas e saídas de capital, a maioria dos economistas está de acordo em que uma balança de pagamentos positiva é melhor que uma negativa para a economia de um país. Keynes também retomou a idéia de que o intervencionismo governamental é uma necessidade econômica.

Contudo, se bem que as teorias econômicas de Keynes tiveram um grande impacto, não tiveram tanto sucesso os seus esforços de reabilitar a palavra mercantilismo, que atualmente segue a ter conotações negativas e é usado para atacar uma série de políticas protecionistas.[42] Por outro lado, as similaridades entre o keynesianismo e as idéias dos seus sucessores com o mercantilismo às vezes fizeram que os seus detratores as categorizassem como neomercantilismo.

Por outro lado, alguns sistemas econômicos modernos copiam algumas das políticas mercantilistas. Por exemplo, o sistema do Japão ocasionalmente também é qualificado de neo-mercantilista.[43]

Uma área do uso da informação, Smith foi rebatido antes mesmo do que Keynes. Os mercantilistas, que eram geralmente mercadores ou funcionários públicos do governo, tinham em suas mãos uma grande quantidade de dados de primeira mão sobre o comércio, e usavam-nos consideravelmente nas suas pesquisas e escritos. William Petty, um mercantilista importante, é com freqüência considerado o primeiro economista em usar uma análise empírica para estudar a economia. Smith recusava este sistema por entender que o método dedutivo era o método correto para descobrir as verdades econômicas. Atualmente, porém, a maioria das escolas econômicas aceitam que ambos os métodos são importantes (se bem que a escola austríaca supõe uma notável exceção).


Friedrich ListEm instâncias específicas, as políticas mercantilistas protecionistas também tiveram um impacto positivo no estado que as pôs em prática. O mesmo Adam Smith (sem importar a contradição em que incorria ao patrocinar o livre comércio para as demais e não para a sua própria nação) elogiou as Atas de Navegação inglesas por terem servido para expandir enormemente a frota mercante britânica, e por ter um papel central em tornar o Reino Unido na superpotência naval e econômica que foi desde então.[44] Alguns economistas argumentaram que o protecionismo era bom para indústrias em desenvolvimento, e que se bem que causa alguns danos a curto prazo, pode ser benéfico a longo (teoria das "indústrias infantis" do alemão Friedrich List).

Em qualquer caso, A Riqueza das Nações teve um profundo impacto no final do mercantilismo e a adoção posterior da política de livre mercado. Para 1860, a Inglaterra já eliminara os últimos vestígios do mercantilismo (por exemplo, as protecionistas leis do grão ou corn laws). As regulamentações industriais, os monopólios e as tarifas alfandegárias foram retiradas. Convertida em "a oficina do mundo", com uma indústria e uma frota mercante com a que ninguém podia competir, Inglaterra converteu-se na grande defensora e propagandista da política de livre mercado, justo no momento em que mais a beneficiava, e o continuou a ser até a Primeira Guerra Mundial, quando a segunda revolução industrial trouxe competidores sérios.
As ideias mercantilistas
O pensamento mercantilista pode ser sintetizado através das nove regras de Von Hornick:
1. Que cada polegada do chão de um país seja utilizada para a agricultura, a mineração ou as manufaturas.
2. Que todas as primeiras matérias que se encontrem num país sejam utilizadas nas manufaturas nacionais, porque os bens acabados têm um valor maior que as matérias-primas
3. Que seja fomentada uma população grande e trabalhadora.
4. Que sejam proibidas todas as exportações de ouro e prata e que todo o dinheiro nacional seja mantido em circulação.
5. Que seja obstaculizado tanto quanto for possível todas as importações de bens estrangeiros
6. Que onde sejam indispensáveis determinadas importações devam ser obtidas de primeira mão, em troca de outros bens nacionais, e não de ouro e prata.
7. Que na medida que for possível, as importações sejam limitadas às primeiras matérias que possam acabar-se no país.
8. Que sejam procuradas constantemente as oportunidades para vender o excedente de manufaturas de um país aos estrangeiros, na medida necessária, em troca de ouro e prata.
9. Que não seja permitida nenhuma importação se os bens que se importam existissem suficiente e adequadamente no país.
Contudo, a política econômica interna que defende o mercantilismo estava ainda mais fragmentada do que a internacional. Enquanto Adam Smith apresentava um mercantilismo que apoiava o controlo estrito da economia, muitos mercantilistas não se identificavam com tais ideias. Durante os começos da era moderna estava na ordem do dia o uso das patentes reais e a imposição governamental de monopólios. Alguns mercantilistas apoiavam-nos, enquanto outros viam a corrupção e ineficiência desses sistemas.
Um dos elementos nos quais os mercantilistas estavam de acordo era a opressão econômica dos trabalhadores. Os assalariados e os granjeiros deviam viver nas "margens de subsistência". O objetivo era maximizar a produção, sem nenhum tipo de atenção sobre o consumo. O fato de as classes mais baixas terem mais dinheiro, tempo de lazer, ou educação era visto como um problema que degeneraria em poucas ganhas de trabalhar, danando a economia do país.
Por outro lado, os estudiosos não se põem de acordo no motivo pelo qual o mercantilismo foi a ideologia ou teoria econômica dominante durante dois séculos e meio.[25] Um grupo, representado por Jacob Viner, argumenta que o mercantilismo foi simplesmente um sistema muito direto e que contava com senso comum. Contudo, sustentava-se sobre uma série de falácias lógicas que não podiam ser descobertas pelas pessoas da época, dado que não tinham as ferramentas analíticas necessárias. Outra escola, apoiada por economistas como Robert B. Ekelund, entende que o mercantilismo não era um erro, mas o melhor sistema possível para aqueles que o desenvolveram. Esta escola argumenta que as políticas mercantilistas foram desenvolvidas e postas em prática por comerciantes e governos, cujo objetivo era incrementar ao máximo os benefícios empresariais. Os empresários beneficiavam-se enormemente, e sem que isso lhes supusesse um esforço, pela imposição de monopólios, as proibições às importações e a pobreza dos trabalhadores. Os governos, pela sua vez, beneficiavam-se do cobro das tarifas alfandegárias e os pagamentos dos mercadores. Se bem que as ideias econômicas mais tardias foram desenvolvidas com freqüência por acadêmicos e filósofos, quase todos os escritores mercantilistas eram comerciantes ou pessoas com cargos no governo.

sexta-feira, 11 de setembro de 2009

O mercantilismo como conjunto de idéias econômicas


Quase todos os economistas europeus dentre 1500 e 1750 são considerados atualmente como mercantilistas. Contudo, estes autores não se consideravam partícipes de uma única ideologia econômica, senão que o término foi cunhado por Vitor Riquetti, Marquês de Mirabeau em 1763, e popularizado por Adam Smith em 1776. De fato, Adam Smith foi a primeira pessoa em organizar formalmente muitas das contribuições dos mercantilistas no seu livro A Riqueza das Nações.[5]
O termo Mercantilismo foi criado pelo economista Adam Smith em 1776, a partir da palavra latina mercari, que significa "gerir um comércio", de mercadorias ou produtos. De início foi usado apenas por críticos, como Mirabeau e o próprio Smith, mas foi pronto adotada pelos historiadores.
O mercantilismo em si não pode ser considerado como uma teoria unificada de economia. Na realidade não houve escritores mercantilistas que apresentassem um esquema geral do que seria uma economia ideal, tal qual Adam Smith faria mais adiante para a economia clássica. No seu lugar, o escritor mercantilista tendia a focar a sua atenção numa área específica da economia.[6] Seria após o período mercantilista que os estudiosos posteriores integrariam as diversas ideias no que chamariam mercantilismo, como por exemplo Eli F. Heckscher[7] que vê nos escritos da época ao mesmo tempo um sistema de poder político, um sistema de regulamentação da atividade econômica, um sistema protecionista, bem como um sistema monetário com a teoria da balança comercial. Contudo, alguns teóricos recusam completamente a ideia mesma de uma teoria mercantilista, argumentando que dá "uma falsa unidade a fatos díspares".[8] O historiador do pensamento econômico Mark Blaug faz notar que o mercantilismo foi qualificado posteriormente como "molesta bagagem", "diversão de historiografia", e de "gigantesco globo teórico".[9]
Até certo ponto, a doutrina mercantilista em si mesma fazia impossível a existência de uma teoria geral econômica. Os mercantilistas viam o sistema econômico como um jogo de soma zero, onde a ganância de uma das partes supunha a perda da outra, ou seguindo a famosa máxima de Jean Bodin "não há nada que alguém gane que outrem não perda".[10] Portanto, qualquer sistema de políticas que beneficiassem a um grupo por definição também faria dano a outro ou outros, e não existia a possibilidade de a economia ser empregue para maximizar a riqueza comum, ou o bem comum.[11] Parece que os escritos dos mercantilistas fizeram para justificar a posteriori uma série de práticas, mais do que para avaliar o seu impacto e determinar assim o melhor jeito de levá-las a termo.[12]
O mercantilismo é, portanto, uma doutrina ou política econômica que aparece num período intervencionista e descreve um credo econômico que prevaleceu à época de nascimento do capitalismo, antes da Revolução Industrial.[13]
As primeiras teorias mercantilistas desenvolvidas a princípios do Século XVI estiveram pontuadas pelo bullionismo (do inglês bullion: ouro em lingotes). A esse respeito, Adam Smith escrevia:

A dupla função que cumpre o Dinheiro, como instrumento de comércio e como medida dos valores, fez com que se produza de jeito natural essa idéia popular de que o Dinheiro faz a riqueza, ou que a riqueza consiste na abundância de ouro e prata […]. Razoa-se do mesmo jeito com referência a um país. Um país rico é aquele no que abunda o dinheiro, e o meio mais simples de enriquecer o seu, é amassar o ouro e a prata […]. Devido ao crescente sucesso destas ideias, as diferentes nações da Europa dedicaram-se, embora sem sucesso suficiente, a buscar e acumular ouro e prata de todas as maneiras possíveis. Espanha e Portugal, possuidoras das principais minas que provêm à Europa desses metais, proibiram a sua exportação ameaçando com graves represálias, ou submeteram-na a enormes taxas. Esta mesma proibição fez parte da política da maioria das nações da Europa. É encontrada mesmo onde menos se aguardaria, em algumas antigas atas do parlamento da Escócia, que proíbem, sob fortes penas, transportar ouro e prata fora do reino. A mesma política pôs-se em prática na França e na Inglaterra

— Adam Smith [14]

Thomas Gresham, comerciante e financeiro inglês
Durante esse período, importantes quantidades de ouro e prata fluíam desde as colônias espanholas do Novo Mundo para a Europa. Para os escritores bullionistas, como Jean Bodin ou Thomas Gresham, a riqueza e o poder do Estado medem-se pela quantidade de ouro que possuem. Cada nação deve, pois, acrescentar as suas reservas de ouro à custa das demais nações para fazer crescer o seu poder. A prosperidade de um Estado mede-se, segundo os bullionistas, pela riqueza acumulada pelo governo, sem mencionar a Renda Nacional. Este interesse para as reservas de ouro e prata é explicado em parte pela importância dessas matérias-primas na época de guerra. Os exércitos, que contavam com muitos mercenários, eram pagos com ouro e exceto os poucos países europeus que controlavam as minas de ouro e prata, a principal maneira de obter essas matérias-primas era o comércio internacional. Se um Estado exportava mais do que importava, a sua "balança do comércio" (o que corresponde atualmente à balança comercial) era excedentária, o qual se traduzia numa entrada neta de dinheiro.
Isto levou os mercantilistas a propor como objetivo econômico o de ter um excedente comercial. Era estritamente proibida a exportação de ouro. Os bullionistas também eram partidários de altas taxas de juros para animar os investidores a investir o seu dinheiro no país.
No Século XVIII foi desenvolvida uma versão mais elaborada das ideias mercantilistas, que recusava a visão simplista do bullionismo. Esses escritores, como Thomas Mun, situavam como principal objetivo o crescimento da riqueza nacional, e embora continuavam considerando que o ouro era a riqueza principal, admitiam que existiam outras fontes de riqueza, como as mercadorias.

(…) não é a grande quantidade de ouro e prata o que constitui a verdadeira riqueza de um Estado, já que no mundo há países muito grandes que contam com abundância de ouro e prata, e que não se encontram mais cômodos, nem são mais felizes […]. A verdadeira riqueza de um Reino consiste na abundância das Mercancias, cujo uso é tão necessário para o sustento da vida dos homens, que não podem passar delas"

Vauban[15]
O objetivo de uma balança comercial excedentária continuava a ser perseguido, mas desde esse momento era visto interessante importar mercadorias da Ásia por meio de ouro para revender depois esses bens no mercado europeu com importantes benefícios.

E para deixar a coisa ainda mais clara, quando dizemos […] que 100.000 livras exportadas em efetivo podem servir para importar o equivalente aproximado de 500.000 livras esterlinas em mercadorias das Índias Orientais, há que entender que a parte dessa soma que pode chamar-se com propriedade a nossa importação, ao ser consumida no reino, tem um valor de umas 120.000 livras esterlinas anuais. De maneira que o resto, é dizer 380.000 livras, é mercadoria exportada ao estrangeiro sob a forma do nossos tecidos, o nosso chumbo, o nosso estanho, ou de qualquer outro produto do nosso país, com grande aumento do patrimônio do reino e isso no tesouro, pelo qual podemos concluir que o comércio das Índias Orientais prove a esse fim.

— Thomas Mun"[16]
Esta nova visão recusava a partir desse momento a exportação de matérias-primas, que uma vez transformadas em bens finais constituíam uma importante fonte de riqueza. Enquanto o bullionismo favorecera a exportação massiva de de Grã-Bretanha, a nova geração de mercantilistas apoiava a proibição total de exportar matérias-primas e propugnava o desenvolvimento de indústrias manufatureiras domésticas. Ao precisar as indústrias importantes capitais, no Século XVIII houve uma redução das limitações contra a usura. Como muito bem demonstrou William Petty, a taxa de interesse vê-se como uma compensação pelas moléstias ocasionadas ao prestador ao ficar sem liquidez. Um resultado dessas teorias foi a posta em prática das Navigation Acts a partir de 1651, que deram aos barcos ingleses a exclusiva nas relações entre Grã-Bretanha e as suas colônias, proibindo aos holandeses o acesso a certos portos para restringir a expansão dos Países Baixos.
As consequências em matéria de política interior das teorias mercantilistas estavam muito mais fragmentadas do que os seus aspetos de política comercial. Enquanto Adam Smith dizia que o mercantilismo apelava a controles muito estritos da economia, os mercantilistas não concordavam entre si. Alguns propugnavam a criação de monopólios e outras cartas patentes. Mas outros criticavam o risco de corrupção e de ineficácia de tais sistemas. Muitos mercantilistas também reconheciam que a instauração de quotas e de controlo dos preços propiciava o mercado negro.
Por outro lado, a maior parte dos teóricos mercantilistas estavam de acordo na opressão econômica dos operários e agricultores que deviam viver com uma renda perto do nível de sobrevivência, para maximizar a produção. Uma maior renda, tempo de lazer suplementar ou uma melhor educação dessas populações contribuiriam para favorecer a folgança e prejudicariam a economia.[17] Esses pensadores viam uma dupla vantagem no fato de dispor de abundante mão-de-obra: as indústrias desenvolvidas nessa época precisavam de muita mão-de-obra e, ademais, isso reforçava o potencial militar do país. Os salários eram mantidos, portanto, em um baixo nível para incitar a trabalhar. As leis de pobres (Poor Laws) em Inglaterra perseguem os vagamundos e fazem obrigatório o trabalho. O ministro Colbert fará trabalhar as crianças com seis anos nas manufaturas do Estado.
A reflexão sobre a pobreza e o seu papel social na Idade Moderna cobrou importância, sobretudo após a Reforma Protestante e os diferentes papéis que à predestinação e o triunfo pessoal davam a teologia de Lutero, Calvino ou a Contra-reforma. A opinião católica tradicional associava-se ao mantimento do Antigo Regime, sancionando o lazer dos privilegiados e considerando a condenação do trabalho como um castigo divino, enquanto as sociedades onde triunfou o protestantismo pareciam adequar-se mais aos novos valores burgueses.[18] Tradicionalmente os pobres eram vistos como os mais próximos a Deus, e as instituições de caridade não se viam como meios de erradicar a pobreza, senão de paliar os seus efeitos. Porém, entre os católicos também se inclui a obra de Juan Luis Vives De subventione pauperum. Sive de humanis necessitatibus libri II (Os dois livros da subvenção aos pobres ou da necessidade humana. Bruxas, 1525), que trata o problema da mendicidade procurando soluções nas instituições públicas, que devem socorrer os verdadeiros pobres e fazer trabalhar aos que somente são vagos; para isso considerava precisa uma organização da beneficência e uma reforma do sistema sanitário, de asilo. Seguindo as suas ideias foi organizada a atuação contra a pobreza na cidade de Bruxas

quinta-feira, 10 de setembro de 2009

Mercantilismo no Brasil.

O período em que o Brasil era colônia de Portugal estende-se do século XVI ao século XIX. Ao longo dessa fase, a economia brasileira desenvolveu atividades diversas, tanto extrativistas quanto agrícolas, produzindo mercadorias que atendessem as necessidades de consumo do mercado externo, ou seja, da Europa. A metrópole portuguesa controlava e fiscalizava severamente a produção na colônia, organizando e disciplinando a circulação comercial através de um conjunto de práticas mercantilistas que, na verdade, representava uma transferência de riqueza ou capital da colônia para a Metrópole.Esta política, que chamamos mercantilista, promovia uma ligação entre o “capitalismo" comercial e o absolutismo político e, de forma agressiva, tentava maximizar os instrumentos de poder econômico e político, permitindo o fortalecimento do Estado português e o enriquecimento da burguesia. Deve-se lembrar, ainda, que o colonialismo é apenas uma faceta do mercantilismo, ou seja, apenas uma de suas práticas que possuía como objetivo central a concentração ou o acúmulo de metais preciosos pelas nações, principalmente através da manutenção de uma balança comercial favorável ou superavitária. Note-se que hoje, a tendência do capitalismo não é de acumular, mas reaplicar os capitais em atividades diversas visando amplia-lo e protegê-lo contra possíveis instabilidades do mercado.A exploração de colônias e a produção gerada deveriam atender às necessidades de consumo do mercado europeu. A colônia deveria ser explorada visando propiciar lucros às metrópoles. Para o bom êxito dessa empreitada deveriam respeitar o regime do monopólio colonial, ou "exclusivo metropolitano" que adaptava o comércio da colônia em favor da metrópole. É nessa conjuntura, situação e momento, que o Brasil entra em cena na história oficial. A partir de 1500 o território começa a ser integrado com seus recursos naturais e humanos à economia do velho mundo. Primeiramente, Portugal avalia as possibilidades das regiões que haviam conquistado: - nas Índias, teria os produtos asiáticos, as lucrativas especiarias e um mercado consumidor atraente; - na África, o marfim, uma pequena quantidade de metais preciosos, escravos- no Brasil, á princípio, apenas o pau-brasil poderia se explorado, mas, era um produto existente também no oriente. Nessa análise, Portugal opta por direcionar seu interesse pelas duas primeiras regiões, Índias e África, deixando o Brasil num plano secundário.

segunda-feira, 7 de setembro de 2009



Essa imagem nos mostra os meios que o mercantilismo usava para alcançar seus objetivos

terça-feira, 1 de setembro de 2009

Mercantilismo e Revolução Comercial

O desenvolvimento do comércio europeu, nos séculos XV, XVI e XVII, favorecido pelas práticas mercantilistas das monarquias absolutistas, foi também chamado de "revolução comercial". A revolução comercial caracterizou-se pela integração da América, África e Ásia à economia européia, através da navegação pelo Oceano Atlântico; pelo aumento da circulação de mercadorias e de moedas; pela criação de novos métodos de produção de manufaturas; pela ampliação dos bancos, dos sis temas de crédito, seguros e demais operações financeiras. O crescimento to da agricultura, da mineração, da metalurgia, da navegação, da divisão do trabalho, do comércio colonial promoveu uma grande acumulação de capital preparando a Europa para avanços importantes na produção o corridos a partir do século XVIII.

Mercantilismo e Revolução comercial

O desenvolvimento do comércio europeu, nos séculos XV, XVI e XVII, favorecido pelas práticas mercantilistas das monarquias absolutistas, foi também chamado de "revolução comercial". A revolução comercial caracterizou-se pela integração da América, África e Ásia à economia européia, através da navegação pelo Oceano Atlântico; pelo aumento da circulação de mercadorias e de moedas; pela criação de novos métodos de produção de manufaturas; pela ampliação dos bancos, dos sistemas de crédito, seguros e demais operações financeiras. O crescimento to da agricultura, da mineração, da metalurgia, da navegação, da divisão do trabalho, do comércio colonial promoveu uma grande acumulação de capital preparando a Europa para avanços importantes na produção o corridos a partir do século XVIII.

O Mercantilismo e o Sistema Colonial

A exploração dos domínios ultramarinos enquadrava?se na prática do protecionismo e do intervencionismo das monarquias absolutistas européias. A função da colônia era suplementar a economia de sua metrópole, produzindo matérias?primas, metais preciosos e gêneros agrícolas de alto valor no mercado.
O comércio com as colônias era exclusividade da burguesia metropolitana, que vendia produtos manufaturados e escravos a preços elevados e adquiria as mercadorias coloniais a preço reduzido. Além disso, as colônias eram proibidas de comerciar diretamente com outras nações e não podiam se dedicar à indústria e à navegação. Esse comércio desigual, fonte constante de atrito com os colonos, foi denominado "pacto colonial".
Ao "pacto colonial" estavam submetidos, na América, o Brasil, colônia portuguesa produtora de açúcar e de ouro; as colônias espanholas, vasto território que ia do México a Argentina, fornecedoras do ou ro e da prata que mantiveram a Espanha como grande potencia até o século XVII; e as treze colônias inglesas no litoral leste da América do Norte, menos valorizadas por não possuírem condições de fornecer metais ou gêneros tropicais à Inglaterra.
A venda de monopólios sobre a exploração dos produtos coloniais de suas vastas possessões permitia à monarquia portuguesa sustentar a nobreza, o clero, uma dispendiosa burocracia e soldados na defesa das feitorias espalhadas pelo Atlântico, Indico e Pacífico. Entretanto, por não ser centro produtor de manufaturas, Portugal transformou-se num simples intermediário entre o ultramar e os mercados europeus. Os produtos orientais e brasileiros, que chegavam a Lisboa, capital do reino português, iam para Londres ou para Antuérpia (um dos maiores centros de comércio do norte europeu, estrategicamente situada á% foz dos rios Reno e Mosa), onde eram revendidos para o resto da Europa, enriquecendo as burguesias inglesa e holandesa.
Portugal tornou-se grande importador de produtos manufaturados dos países europeus, para atender às necessidades de consumo da corte, do exército e da população das cidades e das colônias.
O poderio português na área asiática somente foi contestado em fins do século XVI, quando os holandeses, através da Companhia Holandesa das Índias Orientais, arrebataram o lucrativo comercio asiático. Em meados do século XVII, Portugal perdeu o monopólio da venda do açúcar brasileiro no mercado europeu, após a invasão do Nordeste pela Companhia Holandesa das Índias Ocidentais e início da concorrência da produção açucareira na região do Caribe.
Em conseqüência da decadência dos negócios do açúcar, o governo metropolitano incentivou a pesquisa mineral no Brasil, obtendo os primeiros resultados favoráveis em 1693. Durante o século XVIII, cada vez mais necessitado do metal precioso para pagar suas importações de manufaturados, Portugal exerceu uma dura fiscalização da região mineradora, exigindo da população local o pagamento de impostos cada vez mais elevados.
A Espanha, que possuía uma importante manufatura de tecidos, se das e armas, também não conseguia atender à demanda de sua população, tendo de recorrer às importações pagas com o ouro americano. Dos me tais preciosos chegados à Europa, via Espanha, 20% eram utilizados pelos reis espanhóis na manutenção do exército e na compra de armas e de munições. 0 restante ficava em mãos de burgueses, nobres e conquistadores, sendo empregado na compra de tecidos, vinhos, armas, mobílias e jóias, além de serviços comerciais e de transporte.
Os Países ibéricos enfrentaram o protecionismo alfandegário da Holanda, França e Inglaterra, a pirataria, os naufrágios e as enormes despesas em armas e soldados para garantir as rotas das Índias e da América, fato que levou o historiador Manuel-Nunes Dias a afirmar que Portugal e Espanha tornaram-se prisioneiros da pimenta e do ouro. Ao se esgotarem as minas de ouro e de prata, ambos entraram em decadência suplantados pelos países produtores de manufaturas.

O desenvolvimento das Manufaturas

A crescente procura de mercadorias gerada pelo mercantilismo estimulou a produção doméstica e a criação de oficinas de manufaturas que em longo prazo causaram a decadência das corporações de ofício. Tais sistemas desenvolveram-se em função da ação do mercadores-fabricante que se interpôs entre o produtor e o consumidor. Ele era o empresário burguês que, de posse do capital, fornecia ao artesão a materia-prima, as ferramentas, pagava salário e se encarregava da venda do produto onde houvesse procura. (1) As práticas intervencionistas e protecionistas foram herdadas das cidades medievais, onde os mercadores e os mestres das corporações de oficio monopolizavam e protegiam seus mercados da concorrência de outras cidades. Tendo contribuído para tornar as cidades medievais ricas e poderosas, tais medidas foram adotadas pelos monarcas absolutistas a nível nacional.
A atuação do mercador-fabricante foi muito importante na produção domestica têxtil (fiação e tecelagem da lã) e de artigos de couro. Ele entregava ao camponês, em sua casa, a matéria?prima e as ferramentas e recebia posteriormente, o produto pronto, em troca de um salário. O camponês e sua família trabalhavam no período de inatividade no campo, conseguindo aumentar a renda doméstica.
O sistema de produção caseiro era vantajoso para o mercador porque utilizava a mão-de-obra mais barata do trabalhador rural e também fugia das restrições impostas pelas corporações de ofício que impediam a introdução de inovações técnicas para evitar a concorrência. Por outro lado, oferecia algumas limitações, como o pequeno controle de qualidade por falta de padronização e a dificuldade de fiscalização sobre a matéria?prima entregue ao camponês e sua família.
A partir do século XVI, desenvolveu-se também a produção realizadas em oficinas localizadas nas cidades. 0 mercador-fabricante reunia um certo número de artesãos num determinado local; fornecia a matéria-prima, as ferramentas e se apropriava da produção, pagando por tarefa ou salário. O artigo era fabricado segundo o princípio da divisão do trabalho, isto é, cada artesão executava apenas uma parte do produto, de modo que a mercadoria só estava acabada após passar sucessivamente por várias mãos. A divisão do trabalho trouxe um significativo aumento da produtividade.
A produção manufatureira encontrava-se dispersa no campo e nas cidades e o empresário ainda não exercia um controle direto sobre o operário-artesão, visto que este ainda dominava todas as fases da produção. À medida que crescia a demanda de mercadorias, aumentou também o controle sobre o trabalhador, forçando a população ao trabalho regular e sistemático. As pessoas que se recusavam eram punidas com prisões, multas e castigos pelas leis em vigor. 0 pagamento de salários, a disciplina e a técnica foram se impondo e se generalizando. Os mercadores-fabricantes tornaram-se empresários capitalistas bem sucedidos. Os investimentos realizados por eles resultaram em avanços técnicos que aumentaram a produção e os lucros a custos menores. Sua ação alterou profundamente o sistema de produção, caracterizando a fase de "manufatura" específica dos séculos XVI, XVII e XVIII que antecedeu o surgimento da indústria mecanizada.